Uma breve análise da derrota do Rockets para o Blazers na série




A temporada do Houston Rockets terminou ainda na primeira rodada dos playoffs após um arremesso inesquecível de Damian Lillard que deu a vitória ao Portland Trail Blazers no jogo 6 e encerrou o jejum do time do Oregon na pós-temporada. 

A derrota foi uma decepção gigantesca para os torcedores e a equipe de Houston, pois contando com o mando de quadra a expectativa era passar pelo Portland e enfrentar os rivais do Texas, San Antonio Spurs, na semifinal do Oeste. O que, obviamente, não vai ocorrer.

Uma estatística interessante do confronto é o fato de que o Rockets teve 10 pontos de vantagem em todos os seis confrontos. 

A principal conclusão que podemos tirar da série é que finalmente Dwight Howard mostrou a todos porque o Rockets investiu tanto para tê-lo em sua equipe. Mais agressivo no ataque e demonstrando uma vontade ímpar na defesa, o pivô foi o grande jogador do time contra o Blazers com médias de 26 pontos; 13,7 rebotes e 2,8 tocos.

Se olharmos apenas para a média de pontos de James Harden, podemos concluir que o barbudo foi bem sendo o cestinha do Rockets na série com 26,8 por jogo, mas basta uma atenção maior para notarmos o aproveitamento de 37,6% nos arremessos (29,6% de três pontos) para que a análise seja alterada.

A displicência defensiva e uma certa mescla entre omissão e individualismo foram apenas algumas das críticas dos especialistas ao jogo de Harden, mas o certo é que em pouquíssimos momentos foi visto o melhor do jogador em quadra.

A contribuição de Chandler Parsons foi muito irregular, quando ele ia bem no primeiro tempo compensava com um péssimo segundo tempo e vice-versa (11,5 pontos no primeiro tempo e 7,8 pontos no segundo de média). Além disso, nas três prorrogações da série ele passou zerado. 

Patrick Beverley enfrentou diversos problemas físicos durante a série e não foi capaz de marcar Lillard com eficiência como fez durante a temporada regular. Seu aproveitamento de arremessos e três pontos foram 38% e 31,8%, respectivamente. Muito baixo para um jogador que é a quarta opção de ataque.

Terrence Jones mostrou nos dois primeiros jogos ser incapaz de marcar LaMarcus Aldridge e acabou parando no banco substituído por Omer Asik. O turco conseguiu ser melhor na defesa contra o PF adversário e tirou minutos do ex-jogador de Kentucky.

A marcação de Asik em Aldridge foi outro grande destaque do Rockets, uma pena saber que o turco provavelmente será trocado porque recebe um grande salário e além disso já demonstrou diversas vezes não querer ser reserva por mais uma temporada, principalmente a última de seu contrato. Suas atuações contra o Blazers podem ser um trunfo para Daryl Morey conseguir uma boa troca pelo pivô.

Jeremy Lin cumpriu o seu papel de sexto homem, mas pecou demais por sua principal característica, a agressividade. Suas jogadas impensadas em direção a cesta custaram algumas posses de bolas importantes para o Rockets. O turnover no fim do jogo 4 foi inaceitável, mas o armador compensou com uma grande atuação na partida seguinte. 

Lin é outro jogador que se tivesse um contrato menor poderia ser um importante reserva para o Rockets na próxima temporada, mas assim como Asik o mais provável é que seja trocado para a chegada de algum free agent de peso ou mesmo bons jogadores para compor o elenco. 

O grande achado do Rockets foi o calouro Troy Daniels. O jovem entrou na fogueira no terceiro jogo e foi o autor da cesta da vitória da equipe. Excelente nas bolas de três pontos, o ala-armador conseguiu ser o arremessador que o time precisava em diversas ocasiões e deixou uma esperança para a próxima temporada em cumprir o papel que Carlos Delfino exercia na temporada passada. 

Francisco Garcia foi utilizado nas duas primeiras partidas, mas sem conseguir cumprir a função nem defensiva nem ofensiva e acabou substituído por Daniels nas outras quatro partidas.

Donatas Motiejunas, Omer Casspi, Jordan Hamilton, Robert Covington, Isaiah Canaan e Josh Powell não chegaram a ser utilizados em nenhum momento dos seis jogos. 

Outra história que deve ser contada sobre o confronto entre Rockets e Blazers é a atuação do técnico Kevin McHale, mas isso fica para um próximo capítulo.

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