No terceiro (e
por enquanto último capítulo) da série “E agora, Houston Rockets?” nós vamos
tratar das possibilidades que Daryl Morey tem para reforçar a equipe em uma
possível troca. Já que o GM falou que o time será melhor nesta temporada, pode
ser que ele tenha uma carta na manga.
Lembrando que,
como em qualquer série, é recomendado que você leia o primeiro e o segundo
capítulo para entender melhor esse final.
OBJETIVO FINAL
Desde a chegada de Dwight Howard
e a percepção que apenas ele e James Harden não seriam capazes de conquistar um
título, o Houston Rockets começou a sua busca pela TERCEIRA ESTRELA.
Depois de perder Chris Bosh, as
únicas estrelas ainda disponíveis na NBA nesta temporada só podem ser
adquiridas via troca e para isso, Morey teria que juntar o máximo de assets para que algum time aceitasse o
negócio. O objetivo desse texto é explicar como esses assets poderiam resultar em uma terceira estrela em Houston.
Considerando que o primeiro passo
para atingir o objetivo seria trocar a TPE do Rockets por algum jogador, esse
texto parte da premissa que Morey adquira qualquer jogador com salário até 8,3M
que esteja apenas sendo um peso morto em sua equipe. Esse jogador seria o
primeiro integrante de um grande pacote para mandar, por exemplo, para o Boston
Celtics em troca de Rajon Rondo.
Considerando os três favoritos, Wilson
Chandler (6,7M) seria uma grande isca para o Celtics já que é garantido em
apenas 2M para a temporada 2015/16 e o time de Boston gosta do jogador, mas
isso também o torna o mais difícil de ser trocado. Prince e Fields são bons,
mas não acrescentam mais nada ao pacote que o fato de serem expirantes.
Contratos expirantes são valiosos
para equipes que buscam flexibilidade salarial para trabalhar em uma futura free agency e também são muito usados em
trocas com times mais fortes por escolhas futuras e jovens jogadores. No caso
do Celtics, a busca por um líder em seu time pode fazer com que aceitem perder
Rondo para buscar esse jogador em 2015.
Outros assets que o Rockets tem para uma futura troca são os contratos não
garantidos de Alonzo Gee, Scotty Hopson
e Josh Powell (além de Patrick Beverley e Robert Covington) que somados
valem 5,76M.
Esses contratos são importantes para
a troca, pois além de igualarem os salários podem ser úteis para times acima do
CAP, pois podem ser dispensados a qualquer momento dando um alívio imediato na
folha salarial. No caso de Gee, ele ainda é considerado um jovem jogador que
pode se desenvolver e ser útil.
(Como foram adquiridos em troca,
Gee e Hopson só podem entrar em uma nova troca depois de 60 dias, o que seria
mais ou menos no fim de setembro).
Conhecendo os assets, vamos analisar as possibilidades
que o Rockets tem para melhorar sua equipe via troca dividindo nas duas
posições consideradas prioritárias: armador e ala-pivô.
Armação Ilimitada
Acreditando que o Rockets não
conseguiu Goran Dragic utilizando a TPE, Rajon Rondo será o alvo primordial de
Daryl Morey. A ideia do GM é, se houver possibilidade, concretizar o negócio antes
mesmo da temporada começar, pois o training
camp será essencial para o entrosamento entre ele e o resto da equipe.
Rondo é o principal jogador do
Celtics, mas o fato de seu contrato ser expirante (12,9M) pode ser um fator de
ajuda ao Rockets. O time de Boston está em reconstrução e acredita-se que o
armador não quer perder mais anos na montagem de um novo time. De qualquer
jeito, Danny Ainge vai fazer jogo duro para trocá-lo.
Nesse aspecto, a escolha de primeira
rodada do New Orleans Pelicans é mais valiosa ainda para um Celtics em plena
reconstrução, seria até mais valiosa que Omer Asik, que Boston queria tanto
adquirir desde a temporada passada.
Um time em construção também está
de olho em jovens jogadores e o elenco do Rockets está recheado deles. Canaan,
Johnson, Daniels, Covington, Capela e Motiejunas são os maiores candidatos a
vestirem verde, mas não se pode descartar nem Jones nem Beverley. Possivelmente
dois ou três desses jogadores entrem no negócio.
Outra exigência que certamente o
Celtics fará é a inclusão de algum dos contratos considerados caros por Ainge
que é o caso de Gerald Wallace (20M/2 anos) ou Jeff Green (18,4M/2). Por isso
que os contratos expirantes e o adquirido com a TPE passam a ter grande
importância para igualar os salários.
Caso o Rockets não consiga trocar
a TPE por nenhum contrato expirante, terá que encontrar um terceiro time para
que o negócio se concretize. Mas provavelmente nenhum time estará disposto a
absorver esses contratos sem um incentivo.
Um exemplo de troca que poderia acontecer nesse caso:
New Orleans 1st pick +
Capela + Canaan + D-Mo + (Chandler ou Prince ou Fields) + Gee + Hopson + Powell
por Rondo + Wallace ou Green.
Claro que isso é apenas uma
suposição, mas é o preço a se pagar para tirar Rondo de Boston antes do começo
da temporada. Caso tenha que esperar até Dezembro ou Fevereiro, o preço do
armador pode cair, pois as ofertas devem diminuir. Com isso, o Rockets pode
oferecer apenas dois prospectos ou até mesmo receber um vindo do Celtics que
seja considerado menos promissor (Alguém ouviu Faverani?).
Essa mesma premissa poderá ser
aplicada caso o Rockets busque outros armadores disponíveis na NBA. Entre os
mais especulados são Goran Dragic, o próprio Eric Bledsoe, Ricky Rubio e Ty
Lawson. Cada um desses tem a sua própria particularidade, mas podem estar
disponíveis para negócio ao decorrer da temporada.
Bledsoe ainda é um agente livre
restrito e pediu cerca de 80M/5 para renovar com o Phoenix Suns e dependendo do
valor que seu contrato for renovado, Morey deve considerá-lo carta fora do
baralho. O caso de Rubio é semelhante, está em seu último ano de contrato e
deve pedir uma extensão máxima do Timberwolves, coisa que o Rockets não poderia
oferecer a ele em 2015. Além disso, o fato do espanhol não ser um exímio
arremessador torna sua inclusão no esquema de Houston muito complicada. Restam
Lawson e Dragic.
A situação do esloveno já foi
explicada no último capítulo, já o armador de Denver é uma possibilidade muito
remota e só será válida caso o Nuggets resolva jogar tudo para o alto e começar
do zero em uma reviravolta digna de Game
of Thrones.
Para os olhos de Morey, os outros
armadores que estão disponíveis ou são muito caros ou não são considerados um upgrade em relação a Beverley. Caso a
temporada corra como planejada para a maioria das equipes, o Rockets deve
buscar algum desses ou manter os mesmos armadores até os playoffs e investir em outra posição.
Força Área Um
Considerando que Ilyasova não arrume suas malas de Milwaukee para Houston e Morey acredite que Patrick Beverley poderá ser o armador principal de um time campeão, a posição de PF seria o grande alvo.
Nesse caso, o Rockets não teria
um alvo tão claro como seria Rajon Rondo para PG. A opção óbvia seria Kevin
Love, mas eu não acredito que Houston tenha qualquer chance em uma troca
brigando com Chicago Bulls e Cleveland Cavaliers.
Então os melhores (e possíveis)
seriam: Paul Millsap, Ryan Anderson, Thad Young, Jared Sullinger, além de
Ilyasova.
Millsap tem um contrato expirante
(9,5M) com Hawks, e depois da lesão de Al Horford liderou a equipe como melhor
jogador e os levou até os playoffs.
Provavelmente, o time de Atlanta só deverá trocá-lo caso acredite que ele não
irá continuar na próxima temporada, o que acho difícil.
Uma troca por Millsap seria mais
barata que uma envolvendo Rondo, mas também levaria um bom número de jovens
jogadores para Atlanta. Não vejo o negócio acontecendo, pois os contratos não
garantidos teriam pouco valor para o Hawks.
O sonho de muitos torcedores na
temporada passada seria uma troca envolvendo Omer Asik e Ryan Anderson, mas o
Pelicans, por fim, acabou perdendo apenas uma escolha de primeira rodada pelo
pivô turco e agora o Rockets terá que mandar mais ainda pelo ala-pivô.
No caso do Pelicans, os contratos
expirantes passam a ter algum valor e até mesmo a sua própria escolha de
primeira rodada passa a ser muito importante, pois os faria avaliar que
ganharam Asik por quase nada. Os problemas físicos de Anderson seriam o grande
empecilho para a busca do Rockets por ele. Acredito que essa troca possa até
ocorrer, mas seria por um pacote bem menor do que mandar vários jovens por ele.
O Philadelphia 76ers é uma
incógnita tão grande e como a equipe não tem pressa nenhuma em vencer haja
vista terem escolhido Nerlens Noel e Joel Embiid nos dois últimos Drafts,
jogadores que vinham de problemas físicos e precisavam de tempo para recuperar.
O contrato de Young, maior da
equipe, poderá ser trocado, mas não acredito que isso ocorra ao menos que
Embiid possa jogar já nessa temporada. O Sixers seria apenas um provável
parceiro em uma troca de três times já que o time precisa atingir o CAP mínimo.
Young seria um PF perfeito para o
Rockets ainda mais se sua chegada for aliada a um possível negócio com Rajon
Rondo com o Sixers recebendo alguns dos assets
de Houston bem como o contrato de Gerald Wallace e/ou Jeff Green.
Essa troca tripla com o Rockets
recebendo Young e Rondo seria o sonho de qualquer torcedor de Houston e faria a
equipe virar um contender já nesta
temporada, mas a probabilidade de isso ocorrer é muito pequena.
Sullinger é um caso aparte, pois
o Boston Celtics ainda não se decidiu se acredita ou não nele. Em uma
negociação por Rondo, o ala-pivô poderá ser inserido no negócio como uma forma
de adoçar a boca de Houston para incluir Terrence Jones.
A Hora do Pesadelo
Os jogadores do Detroit Pistons
estão em um capítulo à parte, pois caso o Rockets troque por algum deles iria
dividir demais as opiniões e possivelmente não resolveria os problemas da
equipe.
Brandon Jennings e Josh Smith
chegariam para suprir a carência de Houston nas duas posições mais
necessitadas, mas ao contrário dos outros alvos não tem contratos chegando ao
fim. Pelo contrário, ambos possuem contratos longos e caros.
Jennings tem uma carreira
peculiar, indo da escola para a Europa para então ser draftado. Na última offseason era RFA, mas o Bucks preferiu
não igualar a proposta de 24M/3 do Pistons e acertar uma sign-and-trade. Em Detroit, seria o principal condutor do ataque,
mas não foi capaz de levar a equipe aos playoffs mesmo jogando ao lado de
Smith, Greg Monroe e Andre Drummond.
Precisando de espaço para renovar
com Monroe, o Pistons precisa trocar algum dos dois jogadores. Em um primeiro
momento, Stan Van Gundy fez o movimento esperado que foi especular possíveis
negócios por Josh Smith, mas não conseguiu muito em troca.
O segundo passo esperado é
começar a buscar trocas envolvendo Jennings. Como sua cotação está em baixa, é
possível que não apareçam muitos compradores para o armador. Aí que aparece o
Rockets.
Caso Van Gundy queira apenas se
livrar do problemático armador, o Rockets poderia adquirir Jennings utilizando
a TPE de Lin acrescida de uma escolha de segunda rodada ou até Isaiah Canaan.
Josh Smith chegou em Detroit na
última offseason como o salvador da
pátria, seria o complemento ideal para os jovens Monroe e Drummond. Depois da
festa veio a ressaca e o contrato de 54M/4 anos começou a pesar e a temporada
culminou na saída de Joe Dumars como GM do Pistons.
Josh não conseguiu render como SF
e o Pistons não conseguiu aproveitar ao máximo o que tinha de melhor que era
sua dupla de garrafão. Agora, Van Gundy assume o time com um problema para
resolver. Mantém o trio Smith, Monroe e Drummond ou se desfaz de um deles.
Se, por algum motivo obscuro,
Morey acreditar que Smith seja a peça faltante para formar um time campeão é
provável que o Pistons aceite fazer um negócio. Eu, sinceramente, não faço
ideia do que o Rockets ofereceria, mas não deve ficar longe do que o Celtics
receberia por Rondo, mas sem a pick de
NOP ou os melhores prospectos.
Não acredito que Josh Smith seja
o que o Rockets precisa e o Morey deve saber disso também, mas vai que os
analistas de Houston vejam um valor escondido no contrato do ala-pivô. Nunca se
sabe.
ATENÇÃO!
A novela está chegando ao fim,
tentei explicar um pouco como o torcedor do Rockets pode ter esperança de sua
equipe melhorar ainda nesta temporada. Sei que existem infinitas opções de
negócios que podem acontecer que nem passaram por esse blog, mas tentei mostrar
os mais prováveis, os sonhos e os pesadelos.
Para finalizar, deixo algumas
datas para você ficar esperto. Antes delas muitas coisas não irão acontecer e a
tendência é o mercado esfriar e poucos negócios acontecerem.
23 de agosto – A partir desta
data o Rockets poderá finalizar qualquer troca envolvendo Nick Johnson e Clint
Capela.
15 de setembro – A partir desta
data Alonzo Gee e Scotty Hopson podem ser incluídos em trocas com outros
jogadores.
Acredito que até esse dia, as
únicas possibilidades são aquelas explicadas no primeiro capítulo com a
assinatura de algum veterano útil.
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