Se não foi capaz de conseguir a
tão sonhada terceira estrela nesta offseason,
além de perder o queridinho da torcida, Chandler Parsons, o Houston Rockets
buscou melhorar uma das maiores deficiências da equipe nos últimos anos: a
defesa.
Em todo seu elenco, Kevin McHale
tinha a sua disposição apenas Patrick Beverley e Dwight Howard considerados
bons defensores. A deficiência, ou falta de vontade, de James Harden nesse
sentido já é conhecida ao redor do mundo, com imagens metida a engraçadas que
rodam as redes sociais, e até o armador do Denver Nuggets, Ty Lawson faz
brincadeira com isso. Os outros dois titulares de 2013/14, Parsons e Terrence Jones,
tiveram alguns problemas defensivos durante a temporada.
O primeiro era considerado, em
seu primeiro ano, um bom defensor que tinha tudo para se desenvolver ainda mais
no perímetro, mas em busca de dinheiro aprimorou apenas o seu ataque e com ele
no banco o Rockets cedia 5,7 pontos a menos a cada 100 posses de bola aos
adversários, um péssimo número.
Jones não pode ser considerado
ruim na defesa, mas ele é relativamente baixo para a posição e sofreu bastante
quando enfrentou um PF All-Star como LaMarcus Aldridge. Fora isso, a
Conferência Oeste é recheada de estrelas na posição, coisa que o jogador em seu
segundo ano não teve condições de se destacar.
Então o problema estava lá, e não
adiantava aos torcedores do Rockets apenas xingar o técnico Kevin McHale já que
ele não tinha as peças disponíveis para contornar o problema. Logo, o GM, Daryl
Morey, ao ver todos os seus grandes planos desabarem resolveu fornecer os
limões para o treinador.
O primeiro grande ajuste foi a
chegada de Trevor Ariza, um grande defensor tanto no um contra um quanto nas
jogadas de pick-and-roll, o ala pode marcar o melhor jogador do perímetro do
adversário colocando o “mais fraco” na direção de Harden.
Claro que apenas essa chegada não
pode ser fundamental para o crescimento do Rockets se a sua principal estrela
do perímetro não resolver defender. Harden já deu várias entrevistas afirmando
que deve se focar um pouco mais na defesa e foi mais ou menos o que vimos na
Copa do Mundo. O barbudo foi muito bem na parte defensiva do jogo, mesmo se
desligando às vezes e se posicionando para cortar passes e deixando seu
adversário livre.
Quem se lembra dele em Oklahoma
pode ver que ele tem tudo para ser um bom defensor, mas sua falta de
comprometimento ao virar estrela em Houston é preocupante. Uma mudança de atitude
pode ser necessária para que o time tenha sucesso e atuar ao lado de Beverley e
Ariza pode ajudar isso.
Outro de quem se espera um grande
upgrade é Terrence Jones. Indo para
seu terceiro ano na NBA, o jovem de 22 anos tem tudo que se espera de um
jogador em termos de atleticismo para se tornar um bom defensor. Ele compensa a
falta de altura com uma envergadura excepcional e se trabalhar ainda mais em
termos de força pode sim vir a ajudar bastante Howard na proteção do aro.
Além do quinteto titular, os
jogadores que chegaram para compor a rotação da equipe podem ser considerados
mais defensivos que ofensivos. Um jogo duro foi o que Morey buscou ao trazer
Jefff Adrien, Joey Dorsey, Kostas Papanikolaou e até os novatos Clint Capela e
Nick Johnson. Juntando isso a permanência de Francisco Garcia, que sobrevive em
Houston graças a defesa sobre Kevin Durant em 2013, e Isaiah Canaan e sua
força, o elenco de suporte do Rockets é duro e forte o bastante para enfrentar
qualquer time.
Talvez seja por isso a razão da
aposta em um arremessador veterano como Jason Terry, que pode vir a ser o
arremessador do banco, caso ainda possa jogar basquete. Ele atuando com
liberdade ao lado do anti-herói Troy Daniels pode fazer estragos.
E além disso, o quinteto vai ter
todo o training camp para aprender a
jogar junto e desenvolver um sistema de jogo que a defesa funcione para que Harden
possa comandar o ataque com a mesma velocidade dos últimos anos.
Na temporada passada, McHale
perdeu muito tempo de treinamento tentando colocar Omer Asik e Dwight Howard
juntos em quadra e isso prejudicou a equipe ao longo do ano para conseguir o
entrosamento ideal. Se nada der certo, pode ser realmente o fim da linha para o
treinador que entra em seu último ano de contrato com o Houston Rockets.
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