O Houston Rockets encerrou a sua participação na pré-temporada com
uma vitória sobre o San Antonio Spurs e conquistou um retrospecto 6-2, segundo
melhor entre as 30 equipes da NBA nessa fase preliminar, mas o objetivo desse
texto é analisar os desempenhos dos jogadores do time.
James Harden foi o cestinha da equipe com 17.7 pontos por jogo com
um aproveitamento de 3PT (45.5%) melhor que de FG (42%), apesar de ter sido
poupado em duas partidas. A defesa do ala-armador mostrou algum avanço,
principalmente enquanto esteve marcando o jogador com a bola somando até 1.5
roubos de bola de média. A presença de Trevor Ariza deve ser fundamental para
facilitar o trabalho do barbudo no lado defensivo.
Aliás, a presença de Ariza foi bastante notada em todos os
minutos em que esteve em quadra com os titulares. O ala comandou o ataque e a
defesa do Rockets em todos os momentos, mesmo não tendo a bola na mão na
maioria das vezes. Sua liderança (e defesa) foi importante principalmente
quando Dwight Howard não pôde jogar.
Howard atuou em apenas três partidas, sendo bastante poupado pela
comissão técnica do Rockets. Quando esteve em quadra foi dominante e mostrou
uma disposição física que não era vista desde os tempos de Orlando Magic. Se
formos analisar seus números (12 pontos, 54,2% FG e 7.7 rebotes em 20 minutos
por jogos) podem ser até considerados decepcionantes, mas o pivô tentou algumas
jogadas de efeito no ataque mostrando movimentos que certamente foram treinados
com Hakeem Olajuwon e ainda precisam ser aprimorados.
Sua ausência na pré-temporada foi
até de ser ponto boa, pois deu para ver bem como será a equipe enquanto ele
estiver de fora. Tarik Black aparentemente
largou na frente na briga pelo posto de backup
center. O calouro atuou em todas as oito partidas da equipe, tendo 18.4
minutos por jogo para mostrar seu talento e agradou tanto torcedores quanto
Kevin McHale mesmo tendo média de 5.8 pontos (51.5%) e 6 rebotes mostrando
muita vontade e força, aproveitando da lesão inicial de Joey Dorsey.
Dorsey começou a pré-temporada com uma lesão no pé e perdeu as três
primeiras partidas da equipe, justamente onde Black se destacou. Quando atuou
sofreu bastante para se readaptar à NBA, principalmente no ataque, mas acredito
que tenha sido por conta de uma preparação física atrasada. Suas médias pífias
de 2.2 pontos (41.7%) e 4 rebotes em 12 minutos poderiam fazer dele candidatos
ao corte, mas acredito que Morey não tenha trazido ele de Barcelona para ser
dispensado.
Enquanto Clint Capela não pode jogar devido a uma lesão na virilha (e mesmo
assim ocupará uma das 15 vagas do elenco), Jeff
Adrien ganhou um pouco de espaço para ser o terceiro ala-pivô da rotação da
equipe, mas ainda ameaçado de ser cortado após não entrar na despedida da
pré-temporada contra o Spurs.
Adrien possui as mesmas
características de Black e Dorsey e seria um desperdício se o Rockets mantiver
os três no elenco. Somando o trio a Capela, Howard, Terrence Jones e Donatas
Motiejunas seriam sete jogadores de garrafão sem muito jogo externo, com
exceção dos dois últimos (mesmo sendo fraco).
O prognóstico de todos seria a
saída de Black, mas por suas atuações a decisão de Daryl Morey e Kevin McHale
se torna complicada demais. Se eu fosse apostar seguiria apostando na dispensa
de Tarik Black, em uma tentativa de arriscar que ninguém contrataria o pivô e
ele assinasse com o Vipers para mais um teste.
Jones foi crescendo conforme a pré-temporada foi avançando e
aparentemente se consolidou como o PF titular para o Rockets nesse início de
NBA, depois de decepcionar imensamente enfrentando LaMarcus Aldridge nos
playoffs. Seus 10 pontos por partida e 6.1 rebotes ofuscaram o baixo rendimento
de seu arremesso (39.4% FG e 18.2% 3PT). 1.4 roubo de bola e 1 toco por jogo
também mostram sua melhora na defesa, apesar de parecer perdido por muito tempo
em quadra seu jogo voltou a crescer.
Motiejunas sentiu um pouco o cansaço e ao contrário de Jones, seu
jogo caiu com o passar das partidas. 7.6 pontos e 4.3 rebotes e 33.9% de FG e
30.8% de 3PT foram suas médias. Tanto ele quanto seu companheiro de posição
ainda ficaram devendo bastante em defesa e a posição de PF deveria ser prioridade
para o Rockets na próxima offseason
(ou quem sabe em uma troca antes).
Na armação parece que Patrick Beverley está recuperado dos
problemas físicos que o assolaram na temporada passada, principalmente nos
playoffs contra o Portland Trail Blazers. Seu arremesso de três pontos deu
impressão de estar melhor (44%), já que é o atributo principal de seu jogo
junto com a defesa, pois todos sabem que o dono da bola é o Harden. Um
arremesso de três confiável é importante para o armador fora da bola.
Procurando um reserva mais
experiente, Kevin McHale testou Ish
Smith e o armador até começou bem, mas sua incapacidade de chutar de três
(16,7%) e também a falta de organização de jogo (2 assistências x 2.1
turnovers) fizeram ele perder espaço para Isaiah Canaan e se tornar favorito a
ser dispensado antes da temporada começar realmente.
Depois de 22 partidas em sua
temporada de calouro (a maioria no chamado garbage
time), Canaan finalmente parece
pronto para ter um papel importante na rotação do Rockets. O armador foi o
grande destaque da equipe nas duas últimas partidas da pré-temporada contra
Magic e Spurs, sendo o responsável pela vitória em ambos os jogos. Apesar de
ter seu tempo limitado foi o terceiro cestinha da equipe, atrás apenas de
Harden e Howard com 10.4 pontos, sendo mortal em seu arremesso de três (50%)
bem como na infiltração e organização de jogo, além de demonstrar uma vontade
na defesa que poucos conheciam em seu jogo.
O calouro Nick Johnson não teve o mesmo impacto em um nível mais alto que as Summer League, mesmo assim demonstrou
bastante espaço para desenvolver seu jogo mesmo tendo aproveitamentos ridículos
(24.2 FG% e 18.2 em 3PT%). Deve passar a temporada inteira na D-League e será
visto com a camisa do Rockets apenas em aparições esporádicas.
O veterano Jason Terry foi outro poupado pela comissão técnica do Rockets,
entrando em quadra em apenas três partidas. Por incrível que pareça, JET se
destacou pelas roubadas de bola (1.3) do que pelos seus arremessos de três
(25%). Pareceu bem tímido nos seus primeiros momentos em Houston, mas deve
largar na frente de Troy Daniels na rotação. Não deu pra ver muita coisa, mas
18 minutos por jogo parece bom para um veterano de 37 anos vindo de lesão.
Daniels foi a grande surpresa ao aparecer do nada (para o resto do
mundo) e salvar o Rockets no jogo quatro diante do Blazer nos playoffs com seus
arremessos de três. Neste pré-temporada, o ala-armador foi bastante utilizado,
mas não mostrou muita coisa além do arremesso de longa distância (40.5%), mas
essa arma é tão poderosa que Houston pode se dar ao luxo de tê-lo por alguns
minutos e tentar desenvolver o resto de seu jogo nos treinamentos.
O outro veterano da ala é Francisco Garcia, mas quase não pudemos
vê-lo em ação. Foram apenas 17 minutos totais divididos em dois jogos. Seis
arremessos tentados e nenhum convertido. Seus três únicos pontos foram de
lances-livres. Não foi reportada qualquer lesão do dominicano, mas acredita-se
que ele foi poupado da pré-temporada após disputar a Copa do Mundo, na Espanha,
com seu país. Será uma surpresa se ele for cortado da equipe.
A estreia mais esperada do
Rockets era a de Kostas Papanikolaou,
que chegou do Barcelona logo após a Copa do Mundo com a Grécia e viria para
preencher uma lacuna no banco. E o ala surpreendeu demonstrando uma
personalidade gigante e um potencial muito bom a ser explorado em Houston.
Papa chegou a atuar como PF em um
small-ball, foi utilizado como point-forward armando o ataque dos
reservas, além de brigar muito por rebotes, arremessar (não tão bem) e
infiltrar.
Atuando 25.8 minutos por jogo, o
grego teve média de 8 pontos, 3.3 rebotes e 2.5 assistências (sendo o segundo
em passes da equipe, atrás apenas de Harden). Seu FG (33.3%) e 3PT (21.9%)
ainda precisam ser trabalhados, mas acredito que na temporada regular ele
selecione mais quando arremessar, sem forçar jogadas absurdas.
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