Por que o Rockets perdeu Chandler Parsons?




A saída de Chandler Parsons foi o grande divisor de águas da offseason do Houston Rockets e muitos passaram até a questionar a capacidade do general manager Daryl Morey com essa perda, mas muitos fatores levaram a saída do ala. 


O grande erro de Morey foi deixar Parsons sair de seu último ano de contrato onde receberia $964m, valor que não frustraria os planos do Rockets de busca nem Chris Bosh nem Carmelo Anthony, principais alvos na FA. Ocorre que esse “presente” para o ala já estava combinado no momento da assinatura de contrato de Dwight Howard no ano anterior. 

A história toda começou quando Parsons assinou com o agente Dan Fegan, em 2013, para ser o representante dele em busca de um novo contrato na NBA.  Fegan também representa Howard e uma das exigências dele para que o pivô mudasse para Houston seria a liberação de Chandler de seu contrato.

Parsons então se tornou o “melhor amigo” de Dwight na tentativa de recrutá-lo para o Rockets. Na época, vários torcedores exaltaram o ala que estava tentando fazer de tudo para melhorar a equipe de Houston, trabalhando para o bem do time, mas o que ele queria era realmente ganhar dinheiro. 

Em suas três temporadas com o Rockets, Parsons recebeu apenas $2,6M, valor muito abaixo para um titular e era considerado o melhor custo/benefício da NBA durante esse período. Era válido que ele quisesse receber mais dinheiro. 

A vontade de Fegan era mandar Dwight para o Dallas, o que ia fortemente contra a vontade do pivô, que no final acabou prevalecendo, mas o agente quis conseguir uma pequena vitória no acordo. (Fegan é muito amigo de Mark Cuban, dono do Mavericks)

Morey, apostando muitas fichas em Howard, aceitou o acordo com Fegan. Mesmo que todas as partes envolvidas neguem qualquer tratativa neste sentido, todas as evidências levam a esse caminho. 

O blog Clutch Fans elenca os motivos que para ele evidenciam o acordo entre Fegan, Morey e Parsons: 

- Parsons assinou com Fegan poucas semanas antes da data em que Howard virou FA. Essa “coincidência” pode muito bem ter sido planejada e prevista pelo agente ao saber da vontade do pivô de ir para Houston.

- Deixando Parsons sair, o Rockets perdeu mais ou menos $2M em CAP para contratar qualquer FA em 2014, o que vai contra a política da equipe de maximizar o espaço para conseguir Anthony, Lebron James ou Bosh.
 (Explicando: tornando Parsons RFA, o Rockets fica obrigado a reter o CAP Hold do jogador que seria algo em torno de $3M)

- O súbito interesse de Parsons na contratação de Howard. Você acredita que ele fez tudo isso para o bem do time, da cidade ou apenas considerando que receberia um aumento entre 8M-15M no ano seguinte? 

- A notícia que o Rockets iria tornar Parsons um RFA vazou mais de um mês antes do prazo que a equipe de Houston teria para fazê-lo. Normalmente, as equipes da NBA deixam para decidir algo tão crucial apenas no último momento, ainda mais com o Draft ainda por vir. 

- A primeira entrevista de Morey após o anúncio que a oferta do Dallas Mavericks por Parsons não seria coberta Na ocasião, o GM falou: “Muitas coisas estão envolvidas nessa decisão, mais até do que as pessoas imaginam”.

- Considerando que o Rockets nunca acreditou que Parsons seria a terceira estrela da equipe, o time de Houston poderia ter trocado o jogador já que o valor dele na liga era muito alto. Mas não o fez, exatamente porque não podia fazê-lo por um acordo com Fegan.

Além desses fatores, segundo Marc Stein, da ESPN, o Rockets ainda tentou uma última cartada que foi oferecer um contrato máximo para Parsons, mas com duração de dois anos, contra os três que o Mavericks ofereceu, sendo o terceiro com player option

A ideia de Morey era manter Parsons na equipe até o verão de 2016, quando ele se tornaria FA enquanto o Rockets poderia buscar Kevin Durant, ente outros.

No fim, Parsons acabou indo para Dallas mesmo enquanto o Rockets buscou o melhor SF disponível no momento para substituí-lo, Trevor Ariza.

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