Desde 1971 o Rockets está situado
em Houston, após quatro temporadas em San Diego, e mesmo com dois títulos da
NBA conquistados na cidade a franquia quase se mudou, mas há 14 anos foi
decidido que a equipe ficaria no Texas em uma nova arena.
O Houston Rockets mandava seus
jogos no The Summit desde 1975. Mesmo com uma modernização e a compra dos naming rights da arena pela Compaq, que
mudou o nome para Compaq Center em 1998, Alexander considerava o local
ultrapassado e pouco propenso a dar lucros, com isso necessitava de uma mudança
para aumentar os lucros da equipe.
Além disso, The Summit era a
menor arena da NBA e um time vindo de um bicampeonato recente e de uma cidade
tão grande quanto Houston não poderia ficar limitado por tanto tempo sem
crescer em público e receita.
Imbróglio com o dono do Houston Aeros
Desde a conquista do bicampeonato
da NBA em 1995, o dono do Rockets, Leslie Alexander, vinha buscando uma arena
nova para a equipe na cidade. A primeira cartada do dirigente foi tentar
terminar seu contrato com o Compaq Center, que duraria até o fim da temporada
2002/03, mas não conseguiu sucesso.
Ocorre que o dono do Houston
Aeros, equipe de hockey da AHL, que também era dono do The Summit, não aceitou
pacificamente a proposta de Alexander de pagar uma rescisão de contrato de US$
30M, o que acarretou em uma disputa judicial vencida pela Arena e o acordo foi
mantido.
O dono do Aeros tinha planos de
integrar a NHL, portanto também tinha interesse na construção de uma nova arena
em Houston e com isso fez um acordo com Alexander para dividir a operação da
nova arena em 50%.
Mas a NHL vetou os planos Aeros em
1998, justamente por problemas na construção da nova Arena e o plebiscito para
confirmar a construção foi adiado para o ano seguinte. Em novembro de 1999, a
população de Houston vetou os planos das duas equipes com 54% de rejeição.
A possível realocação
Depois do veto, a cartada final
foi dava por David Stern, comissário da NBA, afirmando que caso não houvesse
uma nova arena a possibilidade do Rockets sair de Houston era gigantesca. E
Alexander e seu staff começaram as
conversas com outras cidades para uma possível realocação com Louisville, no
Kentucky, largando como favorita para receber a franquia.
As primeiras cidades a entrarem
em contato com o Rockets foram Baltimore, em Maryland, e Las Vegas, em Nevada.
Mas ambas não tinham uma arena capaz de receber a franquia e logo a primeira
desistiu de qualquer conversa por não ter capacidade de construir uma nova
arena com os requisitos pedidos por Alexander. Já Las Vegas tinha um plano de
construir uma nova arena na cidade, mas as conversas não andaram conforme o
esperado.
Mas a primeira cidade a ter
chances reais de receber o Rockets foi Anaheim, na Califórnia. Depois da saída do Los Angeles Clippers do
ginásio, os operadores do Pond of Anaheim (atual Honda Center) entraram em
contato com Leslie Alexander para sondar a possibilidade.
Anaheim largaria na frente dos principais
competidores à época, Baltimore e Las Vegas principalmente por já ter uma arena
capaz de receber o Rockets. O diretor de operação da franquia, George Postolos,
chegou a afirmar que a cidade seria um mercado viável para receber o time.
Vale ressaltar que, em 2000, a
última realocação feita na NBA tinha sido a mudança do Kings de Kansas City
para Sacramento, em 1985, e David Stern estava sugerindo várias mudanças à época.
Ele queria que o Timberwolves mudasse de Minnesota para New Orleans e que o
Grizzlies fosse de Vancouver para St. Louis.
Ocorre que o Rockets não tinha
muito tempo para resolver sua situação já que em 2003, o time ficaria sem “casa”
e não seria bom para a franquia esperar a construção da nova arena sem ter onde
jogar.
Por isso, caso houvesse uma
mudança de ares, o Rockets deveria ir para uma cidade que já teria um bom
ginásio ou, na pior das hipóteses, cujo plano de construção já estivesse
adiantado. Com isso St. Louis e Nashville surgiram como alternativas, por já
terem equipes na NHL e ginásios capacitados.
O revés de Anaheim na briga seria
por conta da baixa média de público do Clippers na cidade entre 1994 e 1999, o
que levou a equipe a mandar seus jogos no Staples Center. Vendo um cenário
parecido, Alexander praticamente descartou a cidade da briga. Além disso, a
Califórnia já possuía quatro franquias na NBA àquela altura: Clippers, Lakers,
Warriors e Kings.
New Orleans surgira então como
principal candidato para receber o Rockets, após construir a sua nova arena e
contar com o apoio da NBA para a mudança. Mas os principais investidores viram
uma chance maior de conseguir tirar o Grizzlies do Canadá e voltaram suas
atenções para a franquia e desistiram da briga pelo Rockets. Foram “derrotados”
por Memphis e só conseguiram sua franquia em 2002 tirando o Hornets (atual
Pelicans) de Charlotte.
Então surgiu Louisville. A cidade
iniciou um plano agressivo para conseguir levar o Rockets para lá. Kentucky é
um dos estados mais apaixonados por basquete dos Estados Unidos tendo algumas
das equipes mais fortes do país na NCAA e trazer a NBA para o estado seria um
plano perfeito.
O plano era levar tanto o
Rockets, quanto o Comets, equipe da WNBA, e o Thunderbears, time de Arena
Football. Mas Alexander não estava convencido que a mudança poderia trazer
resultados para ele.
Louisville tem uma população que
é praticamente um terço da de Houston. E mesmo que todo estado de Kentucky
abraçasse o Rockets poderia não representar lucro.
O plano de Leslie Alexander
sempre foi manter o Rockets em Houston e era isso que ele queria, as
negociações com outras cidades foram mais uma forma de assustar os texanos do
que realmente uma mudança cogitada. E surgiu efeito.
Clutch City
Com a ameaça de perder a sua
principal equipe, a administração de Houston acelerou as negociações e em junho
de 2000 foi aprovado um novo plano para a construção da nova arena.
Principalmente depois de uma campanha realizada por um grupo de torcedores
chamada “Save Our Rockets”, que visava pressionar as autoridades para manter o
time na cidade.
Os torcedores do Rockets se
sentiram aliviados com a aprovação do plano, mas deveriam passar novamente por
um plebiscito para saber se a maioria da população estava de acordo com os
gastos para a construção de uma nova arena. Por isso, Alexander manteve as
negociações com Louisville, principal candidato a realocação.
Com medo da derrota, tanto os
torcedores quanto o time (e os administradores da cidade) realizaram uma
campanha massiva demonstrando os benefícios da manutenção do Rockets em Houston
(e por consequência do Comets e do Thunderbear) e também o que a nova arena
poderia arrecadar para a cidade.
A boa notícia veio no dia 11 de
novembro de 2000, quando 66% da cidade aprovou o plano e enfim o Rockets
poderia continuar em Houston com uma nova casa.
A construção da Arena foi
iniciada em 2001 e completada em 2003, quando a Toyota pagou US$ 100M para
deter os naming rights por 20 anos e
a nova casa do Rockets foi batizada de Toyota Center.
O acordo do Rockets com a Arena é
de 30 anos. Então, Houston garante a permanência da franquia na cidade até
2033. Provavelmente em 2023, a Toyota deva renovar o contrato de naming rights por um valor ainda maior.
O Houston Aeros não teve
participação na administração do TC, mas fez um acordo para mandar seus jogos
por 10 anos no local, sem nunca conseguir fazer parte de uma expansão da NHL.
Em 2013, o Minnesota Wild, franquia da NHL a que o Aeros era afiliado, anunciou
que não conseguiu um acordo com o TC e o time de hóquei foi transferido para
Iowa e virou Iowa Wild.
Essa renovação deve acontecer. Principalmente com os títulos que estão a caminho. E haja milhões!
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