Uma das
trocas mais inesperadas do fim da temporada 2014/15 atrás foi a chegada do
jovem ala KJ McDaniels indo do Philadelphia 76ers para o Houston Rockets pelo armador
Isaiah Canaan e uma escolha de segunda rodada, que acabou virando Richaun
Holmes.
KJ era
um prospecto de segunda rodada que tinha assinado um contrato arriscado com o
Sixers e por isso seria muito difícil de ter seu vínculo renovado, ainda mais
com o modo que a franquia de Philadelphia vinha sendo administrada.
Em
Houston, McDaniels tinha tudo para explodir, mas de lá para cá foram apenas 47
jogos com médias de 2,1 pontos em apenas 5,7 minutos por jogo. E novamente, o
ala começou com uma Summer League de muita expectativa, mas acabou sendo
decepcionante.
Para o
início da temporada, pelo menos quatro jogadores estão à sua frente na rotação
(James Harden, Eric Gordon, Trevor Ariza e Corey Brewer), sem contar que
Michael Beasley pode atuar na posição três e Sam Dekker deve finalmente jogar.
Mesmo
assim em um recente artigo para o site The Ringer, o analista Kevin O’Connor o
listou como um dos candidatos a se tornar o próximo Kent Bazemore ou Will
Barton da NBA. Os dois são exemplos que jogadores que estavam esquecidos
enterrados nos fundos de bancos de equipes brigando pelo título que na circunstância
propícia acabaram se tornado bons jogadores e assinando contratos robustos.
Para
O’Connor essa procura por jogadores baratos assim é uma das corridas pelo ouro
das franquias da NBA. Em suas próprias palavras, usando o San Antonio Spurs
como exemplo, a busca não é pelo novo Tim Duncan, mas pelas peças auxiliares
como Bruce Bowen, Danny Green ou Patty Mills.
KJ McDaniels
“McDaniels lembra um jovem
Gerald Wallace: um atleta de elite que dá poderosas enterradas e lutam muito na
defesa. Mas, como Wallace, McDaniels não arremessa bem. Isso não era um
problema na sua era, mas se Wallace estivesse na liga atual, ele poderia ficar
preso no banco, assim como McDaniels está. Mas é muito cedo para desistir de
McDaniels após apenas dois anos na liga. Ele tem 23 anos e só precisa aprender
a arremessar; o resto do seu jogo já é semelhante a de um jogador de impacto”.
Desde
quando era apenas um prospecto, o grande problema do KJ era o seu arremesso com
45% nos FG e 31% nos 3PT em sua carreira em Clemson. Quando foi para a NBA os
seus números caíram para 39% e 29% em sua passagem pelo Sixers e 39% e 25% com
a camisa do Rockets.
“Qualquer progresso que ele
tenha tido como arremessador foi sutil. Incluindo os arremessos na D-League e
na Summer League, ele acerta 33,6% de três pontos em suas últimas 140
tentativas, mas é um universo muito pequeno para análise – e ele ainda precisa
chegar a pelo menos 36% para ser uma ameaça real. Vendo os vídeos, fica claro
que ele acelerou sua mecânica com o Rockets, mas ele ainda precisa de espaço
para um movimento limpo. Mas há poucos atletas que podem fazer o público
segurar o fôlego antecipando que alguma coisa incrível pode acontecer.
McDaniels é um deles. Para colocar a carreira dele em perspectiva: KJ tem mais
enterradas (52) e tocos (76) que cestas de três (50).
A
expectativa sobre ele sempre foi alta, para que ele se tornasse uma espécie de
Ariza quando o veterano ala fosse para o banco ou mesmo saísse de Houston. Mas
o esquema tático implantado por Kevin McHale (e depois quase mantido por JB
Bickerstaff) eram muito prejudiciais ao seu jogo. Talvez com a chegada do Mike
D’Antoni ele possa usar suas potencialidades de modo a ajudar o Rockets.
“McDaniels faz jogadores
rápidas na defesa, mas ele também sempre joga duro e briga contra ‘screens’.
Com seus braços longos e velocidade lateral, ele é um versátil marcador
individual que pode defender três posições. Ele sofre em lapsos mentais
resultando em rotações erradas, mas isso pode ser sintomático dos times que ele
atuou. Se ele jogar minutos consistentes em equipes com identidade defensiva,
sua performance pode se elevar”.
Novamente,
O’Connor cita que McDaniels pode simplesmente estar no time errado. E se esse
for realmente o entendimento dos GM’s das outras equipes, o ala pode ser uma
boa peça de troca para o Rockets, que acabe sendo bom para os dois lados como
se tem especulado até um possível negócio com o Sacramento Kings por Rudy Gay.
“O elenco do Rockets pode
forçar McDaniels a jogar mais um tempo na D-League, mas ele precisa de oportunidades
para trabalhar seus erros e focar no seu desenvolvimento. Wallace passou três
temporadas pregado no banco do Kings, antes do Charlotte Bobcats (em expansão) busca-lo.
Isso é o que pode acontecer com McDaniels na D-League e possivelmente na NBA.
Como eu
falei acima, a quantidade de jogadores para as posições que McDaniels ocupa
(SG/SF) é grande em Houston. E sem uma troca que poderia livrar o time de
Brewer e, até Ariza, os minutos dele ficam limitados, principalmente se Gordon
manter-se fisicamente apto.
Comentários
Postar um comentário